Collabs em alta: Bistrô de carnes e cervejaria se unem em parceria inovadora
Impossível não notar: quem passeia pela Avenida Paraná, nas proximidades do Lago Aratimbó, tem para se aconchegar [ou para contemplar] uma cervejaria que impressiona pela grandiosidade e sofisticação, uma estrutura digna de aplauso, que produz cerca de mil litros de cerveja artesanal por mês.
Ao lado, a visão também é convidativa: um bistrô especializado em carnes nobres, com ares refinados, se encarrega de completar o convite para o desfrute de dois prazeres que os amantes da vida noturna não dispensam: comida e bebida boas, a preços pertinentes.
Os dois estabelecimentos, colados, funcionam juntos, em sincronia, um servindo os ‘comes’, o outro ‘os bebes’, mas cada um com seu CNPJ; independentes, mas com portas de acesso de um lado para o outro.
Os empreendimentos encabeçados pelos empresários Miguel Marques, Rodrigo Moro e Rodrigo Mossurunga, da Divino Malte, e Marcelo Piffer, Sandra Stecca Piffer e José Marcelo Stecca, do Monttana Beef Club, inauguram em Umuarama o modelo ‘collab’ [ou colaborativo, quando duas marcas se unem para reforçar posicionamento no mercado].
O grupo planejou o negócio para um complementar o outro. “A ideia surgiu num bate-papo, mas logo nos empolgamos e nos reunimos para alinhavar os objetivos comuns e específicos de cada estabelecimento”, conta Marcelo. “Foi uma conversa produtiva, que nos levou a acreditar que o projeto tinha tudo para ser promissor, se seguíssemos à risca a condição principal, a de primar por um produto de excelência”, acrescenta Miguel.
O projeto saiu do papel em 2019 e segue bem-sucedido [só não mais porque a pandemia o prejudicou bastante]: “Ele atendendo os meus clientes, eu, os dele, com equipes bem entrosadas”, afirma Miguel, apontando para Marcelo, e explicando que essa era mesmo o propósito da parceria.
Miguel conta que ele e os sócios tinham interesse em investir na fabricação de chope artesanal e na comercialização… “E só! Descartamos, no ato, a hipótese de ‘mexer’ com comida; já o Monttana tem ‘know how’ nesse segmento, o que dá à parceria força e confiança para seguir adiante”, reconhece.
Na visão de Marcelo, o negócio tem tudo para prosperar, afinal não falta motivação para oferecer aos clientes “tudo do bom e do melhor”. “Como se trata de um modo de operação inovador, ainda estamos ajustando alguns pontos, mas trabalhando como se fôssemos um estabelecimento só e, assim, já conquistamos e fidelizamos uma grande clientela! Os elogios são muitos, diariamente!”, orgulha-se.
A começar pelo nome, tudo no Monttana Beef Club é bacana. O ambiente se pauta em design de interior que evoca aconchego: móveis, cores, luz e outros elementos formam um conjunto aprazível, que confere ao bistrô um diferencial como poucos, em Umuarama.
O balcão de madeira de lei reciclada [peroba] chama a atenção, assim como a cozinha, montada num contêiner com paredes, teto e piso de inox. “Priorizamos a qualidade em tudo”, assegura Marcelo, ao apresentar o estabelecimento para a equipe de OBemdito. “O investimento que fizemos aqui, em dinheiro de hoje, beira R$ 1,5 milhão”, informa.
Mas a atração principal do bistrô, claro, é o cardápio, que tem como opção central carnes nobres, em cortes especiais, como as de boi prime rib, ancho, chorizo, picanha e alcatra; costelinha de porco e de cordeiro, peixes e petiscos variados também são bem valorizadas no menu.
Entre as mais de 60 opções, têm também aquelas pedidas de dar água na boca só em pensar, como bolinho de bacalhau, bolinho de feijoada, dadinhos de tapioca com geleia de pimenta e pupunha na manteiga ghee temperada com ervas.
Quando se fala em cerveja artesanal no Brasil, os mais entendidos no assunto estão em Blumenau, certo? Logo, um prêmio que vem de lá é, sem dúvida, supervalorizado.
Em campeonatos que participou na terra da Oktouberfest, a Divino Malte trouxe para Umuarama medalhas de Ouro com a cerveja Red IPA, no ano passado; e de prata, com a Porter, e de bronze, com a Amber Lager, em 2021.
“Isso confere valor à nossa marca e muito nos honra, afinal estamos apenas começando”, destaca Miguel, que mostrou para nós de OBemdito, com visível satisfação, toda a estrutura arrojada da Divino Malte, que produz 15 tipos de cerveja.
São sete tanques [chamados de cozinhas pelos cervejeiros], com capacidade para nove mil litros de mosto [neles, ocorre a fermentação dos grãos maltados]; e mais cem barris para o acondicionamento dos mil litros que saem desse processo. Ao todo, o valor aproximado do investimento, reajustado, passa de R$ 3 milhões.
“Nossa cerveja leva de 20 a 30 dias para ficar pronta, tempo maior que a maioria das marcas comerciais”, informa Miguel, explicando que isso acentua o sabor. Mas não é só, atenta o empresário: “Ótimos ingredientes, entre eles lúpulo importado, ajudam a garantir sabor inigualável”.