Cruzeiro do Oeste pede decretação de estado de emergência por conta dos estragos provocados pelas chuvas
A Defesa Civil do município de Cruzeiro do Oeste, que fica a 28 quilômetros de Umuarama, realizou na manhã desta quinta-feira (12), um levantamento parcial dos estragos provocados pelas fortes chuvas que caíram na cidade, por volta das 21h de ontem, quarta-feira (11).
Pelo menos 38 residências foram afetadas pelas chuvas, num total de pouco mais de 100 pessoas. De acordo com os levantamentos, em menos de 30 minutos, choveu pouco mais de 90 milímetros, volume previsto para quase todo o mês.
A intensidade das chuvas foi tão grande, que em vários pontos os bueiros não venceram escoar as águas, o que ocasionou em uma grande enxurrada que invadiu dezenas de casas. Um dos maiores problemas foi registrado na Rua Rio Branco. Um trecho de 500 metros, que será asfaltado em breve e que havia recebido há poucos dias a tubulação para a passagem das águas pluviais, ficou completamente alagada.
Segundo um dos moradores, Marcelo Zarom, que reside no local há 12 anos, não houve tempo para nada. “A maioria das pessoas são de idade e moram sozinhas. Tivemos que nos reunir para tirar o barro das casas. Passamos quase a noite inteira arrumando aqui para tentar pelo menos deitar um pouco para dormir”, afirma.
Além de móveis estragados, também houveram prejuízos com a queda de muros e de veículos que foram encobertos pela enxurrada. De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, Rogério Andrade, o número de residências atingidas pode ser ainda maior. Ele afirma que o órgão pretender fechar os dados até o fim do dia.
“A Defesa Civil fez um cadastro destas famílias e uma avaliação da real necessidade de cada uma delas. Nossas equipes ainda estão em campo para fazer os levantamentos porque a todo o momento chegam novas solicitações”, destaca ao afirmar que quem ainda não entrou em contato com a Defesa Civil pode fazer ligando para o 199.
Ainda na noite desta quarta-feira, uma verdadeira força tarefa foi montada para atender as famílias atingidas. Além da Defesa Civil, as Secretarias de Assistência Social e de Obras da prefeitura, também estão atuando no trabalho de assistência aos atingidos.
Conforme a prefeita Helena Bertoco, as primeiras estimativas são que serão necessários pouco mais de R$ 2 milhões para recuperar todos os estragos. O município inclusive já está com quase toda a documentação pronta para enviar para o governo do Estado para que seja possível decretar estado de emergência.
“Estamos fazendo os levantamentos para que possamos fazer um decreto de situação emergencial, inclusive, já solicitamos aos órgãos do governo do Estado para que possamos, pelo menos, fazer um paliativo, por enquanto, e depois trabalhar em projetos estruturais para que isso não ocorra mais”, detalha a prefeita.
Alguns acessos importantes também tiveram problemas. Um destes locais foi a rua Peabiru, que dá acesso ao Frigorífico Astra. O rompimento de uma galeria de águas pluviais abriu uma cratera no acesso da empresa que emprega 1070 funcionários. Por conta disso foi necessário viabilizar um acesso alternativo para que o frigorífico possa continuar trabalhando.
Além da força tarefa foi criada pela prefeitura para atender as famílias atingidas, representantes do governo do Estado também estão no município auxiliando nos trabalhos, principalmente na viabilização de tubos e de equipamentos para os reparos de ruas e locais que foram atingidos pelas chuvas.
As estimativas são de que dentro de quatro ou cinco dias a maior parte dos estragos já tenham sido consertados, apenas as obras completas do acesso ao frigorífico Astra devem demorar um pouco mais para serem concluídos.
Volume de chuvas
Segundo os dados preliminares, em pouco mais de 30 minutos choveu mais do que o previsto para o mês de janeiro.
De acordo com Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) a previsão é de mais chuvas até pelo menos a próxima segunda-feira (16). Ao todo estão previstos pouco mais de 50 milímetros até lá.