Colisões frontais e atropelamentos concentram 46% das mortes nas rodovias federais do Paraná em 2024
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou nesta quinta-feira (16) um balanço de ocorrências de trânsito nas rodovias federais no Paraná em 2024, apresentando dados de acidentes, fiscalização e educação para o trânsito. Os registros da PRF apontam que 605 pessoas perderam a vida em sinistros de trânsito, número 8,2% maior do que o de 2023, quando 559 pessoas morreram.
A alta nas mortes é puxada, principalmente, por dois tipos de acidentes: as colisões frontais e os atropelamentos de pedestres, com aumentos de 19,8% e 13,3%, respectivamente.
A colisão frontal segue como o tipo de sinistro com mais mortes. Apesar de representar apenas 6,3% do total de sinistros, foi responsável por 181 mortes, cerca de 30% do total. Esse tipo de colisão ocorre, principalmente, devido a ultrapassagens proibidas ou malsucedidas, e ao excesso de velocidade.
Em 2023, quando já eram uma preocupação, as colisões frontais foram responsáveis por 151 mortes, 27% do total. Entretanto, a participação no total de acidentes era praticamente a mesma de 2024, com 6,4% das ocorrências. Desta forma, o aumento dos números de óbitos revela um aumento na gravidade deste tipo de sinistro, que passou a causar mais mortes.
Assim como acontece nas colisões frontais, os acidentes de atropelamentos de pedestres geram muitos óbitos em desproporção com a quantidade de ocorrências. Correspondendo a apenas 4,3% dos sinistros, com 312 registros, os atropelamentos respondem por 16% dos óbitos (97 pedestres mortos). Do total de atropelamentos, um terço resultou em morte, despertando ainda mais atenção para este grave problema, demonstrando a fragilidade dos pedestres no trânsito.
Os atropelamentos guardam uma relação direta com a falta de luminosidade natural. Oito em cada dez mortes de pedestres (79 de 97) ocorreram à noite ou em horários propícios ao ofuscamento da visão, como o amanhecer e o anoitecer. Dos 212 atropelamentos que ocorreram nesses horários, 189 foram em locais sem iluminação artificial.
Como estratégia para combater a violência nas rodovias, a PRF realizou ações para verificar as condições de veículos e de condutores, utilizou radares para fiscalizar abusos de velocidade e manteve suas ações contra ultrapassagens indevidas, além da fiscalização de outras condutas.
Em 2024, 19.056 condutores foram flagrados pela PRF realizando ultrapassagens proibidas. O número, equivalente a mais de 53 autuações por dia, apresenta um pequeno recorte do cenário de desrespeito à vida nas rodovias paranaenses. Nas fiscalizações com o uso de radares de velocidade, foram 341.028 flagrantes, mais de 930 por dia.
O excesso de velocidade está intimamente ligado com a insegurança no trânsito rodoviário. Os dados demonstram que as três principais causas prováveis de acidentes registradas pela PRF no Paraná têm ligação com o excesso de velocidade: ausência de reação do condutor, reação ineficiente ou o próprio excesso de velocidade. São pelo menos 2.576 sinistros (39,1% do total) englobados por estas três causas.
Durante o ano, mais de 142 mil pessoas participaram de ações diversas de educação da PRF, o equivalente a 389 pessoas por dia. Em 2024, por exemplo, como parte dessas ações de educação, a PRF trouxe para o estado uma carreta adaptada para funcionar como cinema rodoviário. Com este equipamento, em fiscalizações nas rodovias e em eventos, a PRF levou vídeos e palestras de segurança viária a adultos e crianças
ACIDENTES DE TRÃNSITO
Em 2024, nos quase quatro mil quilômetros de rodovias federais atendidas pela PRF no Paraná, foram registrados 7.302 sinistros, resultando em 8.372 feridos e 605 mortos. Esses números são maiores do que os registrados em 2023, quando 6.827 sinistros resultaram em 7.804 feridos e 559 mortos.
Proporcionalmente, existe um aumento maior no número de mortos, com 8,2% de alta, demonstrando uma maior gravidade nos sinistros. Ao todo, contabilizando feridos e ilesos, 18.076 pessoas se envolveram em sinistros registrados pela PRF no Paraná.
“Para 2025, temos uma perspectiva de ampliar nossas fiscalizações sobre caminhões, o que inclui descanso mínimo obrigatório, freios, excesso de peso e velocidade. Estamos otimistas com a assinatura de dois novos contratos de concessão de rodovias. Mais radares fixos a partir de fevereiro. Mais fiscalização por câmeras de videomonitoramento. E uso de ferramentas de inteligência policial em nossas ações de segurança no trânsito”, disse Fernando Cesar Oliveira, superintendente da PRF Paraná
Mais da metade das mortes (54%) continuam ocorrendo em rodovias de pista simples, onde as ultrapassagens são realizadas na contramão de direção. Essa configuração de via exige atenção redobrada dos condutores, devido ao aumento do risco de colisões frontais, que ampliam a energia dos impactos.
A PRF registra acidentes que resultem em lesões ou mortes, danos ambientais, vazamentos de produtos perigosos ou outras implicações jurídicas, como a presença de motoristas alcoolizados ou inabilitados.
PERFIL DOS MORTOS
Homens seguem como o grupo de maior risco no trânsito, representando 81% dos óbitos. A faixa etária de maior incidência de mortes foi a de 30 a 39 anos, com 121 óbitos, representando 20% do total. Entretanto, a faixa de 20 a 29 é a que mais se envolve em sinistros, representando 22% do total. O tipo de veículo mais ocupado pelos mortos foi o automóvel (264 mortos) e as motocicletas ficaram com a segunda posição, com 119 registros de óbitos de ocupantes destes veículos.
Fonte: Polícia Rodoviária Federal